terça-feira, 8 de março de 2011

Metade














Metade
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


(Oswaldo Montenegro)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Como eu lembro de você

















Como eu lembro de você

Lembro de você como a mulher que me fazia sentir.
Lembro de você como a mulher que me fazia sonhar.
Lembro de você como a mulher que me fazia entender com um olhar.

Lembro do seu cheiro que ficou guardado em meu cenário.
Lembro que já gastei muito dinheiro, só pra lembrar do seu "ops" do Boticário.

Sabe como eu me lembro de você?
Hoje paro e me recordo.
Você me faz falta.
Eu me lembro que não importava o local e nem a ocasião, eu só olhava pra você.
Lembro que poderia haver todas as mulheres mais desejadas do mundo lá, e que por ventura, elas quisessem só a mim; Mas eu olhava pra tudo ao redor e só enxergava você.
Entende que em todos os dias, entre todas as mulheres, eu só queria você?

Eu me lembro!
Eu me lembro que você foi a única pessoa que eu nunca quis decepcionar.
Lembro que não medi esforços para te amar.

Jorge Lobo

sábado, 19 de fevereiro de 2011

De que amor falo?














De que amor falo?

Falo do amor que reside em mim,

Deste amor que enfeita meus dias...
Que jamais verei chegar ao fim...
O amor doação... ternura e alegria.

De que amor falo?

Falo do amor que vejo em rostos irmãos,
Do amor no rosto enrugado de cada ancião...
O amor que vibra num ventre em gestação,
Nas mãos de uma mãe aflita em oração.

De que amor falo?

Falo do amor em cada gesto de carinho,
Do amor incondicional da minha genitora...
Do amor que meu pai plantou pelo caminho,
Com seus exemplos e sua mão protetora.

De que amor falo?

Falo do amor que em tempo algum acaba,
Resiste ao tempo, é mais forte que a morte;
Do amor que grita e reverbera na alma...
Purificando tudo... apontando o norte...

De que amor falo?

Falo do amor quase irreal... sobrenatural,
Aquele amor que não machuca ninguém
Que traz em si... uma resignação divinal.
Amor que só se reverte em luz e bem!

De que amor falo?

Falo do amor que não faz a guerra,
Do amor puro... amor não banalizado...
O amor que pode curar esta "Terra",
Que é de Deus... nosso maior legado!

Mary Trujillo
19.02.2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Valor fútil




Seu dinheiro, seu escudo
Sem defesa está desnudo
Seus valores, seu carater
Sem orgulho és covarde
Cai um homem, cai o fraco
Pois sem posses superado


Jorge Lobo

Em rota de colisão











































_Dizem que "o que não nos mata nos fortalece"; Eu não tenho tenho tanta certeza se estou mais forte. Sei sim, porem, que estou um pouco triste e amargurado. O sorriso que estampo em minha cara hoje, só me lembra quantas mil vezes chorei sozinho em meio ao desespero. Queria poder dizer agora que minha esperança ainda me move e não me deixa desistir de tudo. Também não é o caso. Acho que não desisto só por teimosia. Realmente nunca fui de me entregar. Mas hoje me pergunto, pelo que lutar e porque realmente eu devo fazer isso?
_todos os dias eu faço novos planos de vida, pois os meus sonhos e amores antigos foram mortos ou ficaram num passado muito distante. Sinto como se minha força e fé tivessem sido substituídas por um sentimento de revolta. Mas não uma revolta infundada ou sem sentido. Sei exatamente todos os motivos desse sentimento amargo feito o fél. Ele agora queima em meu coração. Porem não me deixo entrar em rota de colisão com ele. Pois a única vitima seria eu.
_Me resta apenas derramar minhas dores e frustrações nesses textos tortuosos e torcer para que as palavras postas fora da minha alma nestas tristes linhas aliviem o meu fardo. Para que eu possa e consiga combater esse inimigo invisível, porem há muito conhecido. "Eu mesmo".
Jorge Lobo